O que é bioeconomia? Meio Ambiente, economia, sociedade e tecnologia.

A humanidade evolui a partir de transformações que envolvem tecnologia, meio ambiente, economia e sociedade. No entanto, parece que as nossas atuais decisões sobre produção e consumo estão desconectadas dos ritmos da natureza. Vamos pensar em como fazemos isso. 

Criamos sociedades incapazes de se adaptar as mudanças. Insistimos em soluções únicas e frágeis. Por vezes, somos incapazes de alterar nossas ações, mesmo que tenhamos informação para isso. Exploramos os recursos naturais numa forma que parece estar em desacordo com os ciclos naturais. Tentamos impor nosso modo de vida artificial à natureza. E quem parece estar ganhando? O que traz a bioeconomia para esse debate? 

                                   

A bioeconomia propõe um olhar mais abrangente para as decisões de produção e consumo, em todos os setores econômicos. A bioeconomia é formada por diferentes teorias e ferramentas, incorporando a biologia, física, economia e outras disciplinas. A bioeconomia incorpora diversos modelos de decisão para construir propostas de convivência pacífica e eficiente entre a sociedade e o meio ambiente. As análises em bioeconomia vão além da abordagem de sustentabilidade. Ao utilizar-se de múltiplas dimensões de análise, a bioeconomia propõe diversas formas de avaliar e implantar de forma eficiente novas tecnologias, novas formas de organizar a sociedade, a partir de novos valores.

As propostas em bioeconomia têm como premissa que o equilíbrio entre o meio ambiente e a sociedade não acontece de forma automática, baseado apenas no preço de compra e venda. A base da análise em bioeconomia é a eficiência. Busca-se desenvolver modelos de produção e consumo que atendam as necessidades, sem degradar o meio ambiente.

A bioeconomia pode ser entendida também a partir da busca por soluções tecnológicas, e contempla a biotecnologia como centro de uma estratégia que é considerada uma nova revolução industrial, baseada no conhecimento (tecnologias mais eficientes, insumos renováveis). Além disso, a bioeconomia pode ser entendida como uma forma de considerar as fontes biológicas de recursos, isto é, uma substituição de fontes fósseis por biomassa, processadas em biorefinarias, seja para produtos finais, ou como insumos para outras indústrias. Como exemplo, temos os biocombustíveis, as enzimas, os plásticos produzidos a partir de fontes renováveis.

As análises em bioeconomia avaliam todas as etapas e suas alternativas para fornecer critérios objetivos de melhores escolhas. Considere a gasolina que você usa diariamente (ou diesel, ou até etanol). Agora imagine: desde a extração do petróleo (ou da cana-de-açúcar), passando pelas diferentes tecnologias de processamento, rede de distribuição, até que seja efetivamente consumida. A partir das ferramentas de bioeconomia é possível escolher os processos mais eficientes em termos do menor impacto ambiental e maior capacidade de fornecer o produto desejado.

Afinal, qual a utilidade da bioeconomia? Estamos diante de desafios que estão diretamente relacionados com complexidade, incerteza, insegurança, globalização, interdependência e interatividade. E para propor soluções precisamos de uma abordagem cientifica que contemple esses aspectos, de maneira interdisciplinar.

Você já parou para pensar no consumo de energia e recursos naturais para prover apenas 1 litro de gasolina? Isso representa nosso real impacto, muito maior que o simples consumo no carro. Já pensou que seu consumo total de combustível pode ter aumentado nos últimos 10 anos, apesar da alegada eficiência do seu carro? Será que o stress diário e a correria nos fazem gastar mais combustível? E os engarrafamentos?  

A partir dessas considerações, e tantas outras que podemos fazer, tem-se claro que para os diversos profissionais a bioeconomia propicia uma forma integrada de análise. Sua estrutura teórica e suas ferramentas possibilitam compreender que as decisões que tomamos todos os dias possuem efeitos complexos. Além disso, é possível afirmar que a bioeconomia é uma nova forma de fazer negócios.  E por fim, temos como outra premissa que pensar de forma linear torna-se insuficiente para resolver os desafios de produção e consumo de bens e serviços, hoje e no futuro.

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